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Pisture: Às voltas na terra da neve (Março 2011) |
Entrei no hospital na madrugada do dia 17, depois de ter perdido as águas em casa. Sem contracções, sem dores, calminha, nem parecia que estava para ser mãe... eu que sou toda stressadita...
Estava com 35 semanas apenas, e poucos dias antes tinha estado uma semaninha no hospital para evitar um parto prematuro. Foi uma gravidez dificil, com alguns sustos, mas uma bebé que teimava em ser grande e saudável...
Como não tinha contracções, a equipa que me seguia decidiu esperar. Sempre a vigiada, com CTG's a cada passo, estava tudo calmo...
A bebé estava bem, mas como ainda seria considerada prematura decidimos (equipa medica e nós) esperar até 48 horas para induzir o parto, para vermos se até lá as contracções vinham naturalmente.
Não chegamos a esperar 48 horas. Na madrugada do dia 19, antes da 1 da manhã, foi induzido o parto. Comecei com contracções pouco depois das 3 da manhã.... madrugada longa... manhã ainda mais longa...
Caraças que isto doi... Pfff já estou cansada...
Sempre pensei que o parto seria por cesariana. Durante toda a gravidez a minha médica preparou-me para isso. "A bebé é grande demais para ti, e vai nascer muito grande, com mais de 3 kilos e meio se chegar ao fim do tempo". Mas às 35 semanas ela tinha menos que 3 kilos e por isso poderiamos fazer um parto normal!.. Boa! Eu preferia parto normal.
Antes das 2 da tarde deram-me a epidural.... Ah... que bom... sentia as contracções, mas sem dor... ah... que rico...
Mas agora era Lady Choupinette que parecia não querer nascer... e toque para aqui, e respiração para ali... Ah pronto, parece que é desta.
Às 4 da tarde estava prontinha para ir para a sala de parto, quando o médico me fez o último toque.
OOps... que é isto? "Oh mamã... a bebé virou a cabeça... acho que não consegue sair assim..."
Como assim???? Depois de tanta hora de dor ela não quer sair???
Com o médico, decidimos fazer então a cesariana. Já tinha sido bom termos tentado parto normal, mas a bebé dava sinais de cansaço e não queriamos arriscar.
Toca a reforçar a anastesia, toca a preparar o bloco operatório... e lá fomos nós. "É agora mamã", dizia o médico.
Às 17.51h do dia 19 de Março de 2011, nascia o ser mais perfeito deste mundo, a fonte de toda a nossa felicidade, o fruto deste grande Amor... Nascia a nossa Filha!
"Ela é Perfeita" sussurou-me o pai antes de seguir com a enfermeira para tratarem da bebé. Mas eu não a vi até bem depois.
O Médico disse "Tem ali uma menina muito bonita e muito forte"... e eu chorei... Um misto de sentimentos impossiveis de descrever... chorei... 2'660 gramas e 47 cm de gente, que ninguém diria ser prematura!
Vi-a assim a correr quando o pai a trouxe, só mesmo para lhe dar um beijinho... A nossa filha é linda, pensei...
O que se passou a seguir, até chegar à sala de recobro, lembro apenas vagamente. Sei que passei um mau bocado com uma hemorragia grave, e que precisei de uns cuidados especiais.. mas não me lembro bem...
Na sala de recobro, o marido voltou a trazer-me a bebé para o pé de mim... e eu adormeci com ela nos meus braços...
Tenho a agredecer à equipa do CHUV (Lausanne), em especial ao Dr. Jean-François Delaloye, e ainda à Dra. Monika Kotalova (minha querida GO) pelo EXCELENTE trabalho, pelo acompanhamento, pelo carinho.. por terem ajudado a trazer ao mundo a nossa bebé!